1º de Maio Anti Autoritário

Há 139 anos atrás, em Chicago, o movimento operário travava uma dura greve pela jornada de trabalho de 8 horas. Este movimento deu origem a um intenso conflito conhecido como “Revolta de Haymarket”, que culminou num processo político onde o movimento operário e o anarquismo estiveram no banco dos réus, condenando à morte sete operários - os “Mártires de Chicago”.
Os protestos contra este crime do Estado e do Capital ocorreram um pouco por todo o mundo, dando origem ao que celebramos hoje como 1º de Maio, Dia Internacional de Luta dos trabalhadores.
A sociedade pela qual os “Mártires de Chicago” e os milhares de militantes lutaram e sonharam continua tão válida hoje como em 1886. A crise capitalista e a exploração nunca pararam de se intensificar, enquanto as condições de trabalho e vida se deterioram. A necessidade de um 1º de Maio voltado às suas origens torna-se mais intensa.
Porque tal como os “Mártires de Chicago”, carregamos nos nossos corações desejos de justiça e libertação social, lutando contra o Capitalismo e o Estado, no dia 1 de Maio, marchamos do Largo do Camões até ao Martim Moniz, nas Escadinhas da Saúde.
Este será o espaço para todas as organizações de esquerda e de base, anarquistas, socialistas, organizações de trabalhadores, comunidades e pessoas oprimidas e exploradas pelo Estado e o Capital celebrarem e lutarem por um 1º de Maio combativo e revolucionário.
Reinvindicamos um 1º de Maio autogerido coletivamente pelos grupos, organizações, movimentos e indivíduos que nele participem, à margem do reformismo, imobilismo, patriotismo e controlo exclusivo e autoritário que caracterizam a celebração do Dia do Trabalhador organizado anualmente pela CGTP.
A marcha terminará em festa nas Escadinhas da Saúde, no Martim Moniz, onde haverá microfone aberto, concertos e DJ set para que este dia seja também um momento de apelo ao ócio, preguiça, lazer e ocupação do espaço público que o Capital todos os dias nos priva.