A ALEGRIA DE UM CAOS CONSTANTE
OzeArv inaugura nova exposição a 1 de Março
"A Alegria de um Caos Constante" é o nome da mais recente exposição que OzeArv inaugura no primeiro dia do mês de março na B.O.T.A., o espaço que traz desde 2020 ao Largo Santa Bárbara, nos Anjos, uma mão cheia de atividades artísticas multidisciplinares que se desdobram em noites de milongas, poesia, concertos e agora paredes com novos quadros para descobrir até ao dia 28 de março.
Depois da sua ode à natureza em "Preto, branco e a domesticação do espaço natural", mural que assinala o novo Corredor Verde de Alcântara e de "Fado Tropical em Tons de RGB", o mural que pintou na Graça e que lhe valeu o 23.º lugar no ranking das melhores criações de arte urbana de 2021 para a Street Art Cities, OzeArv volta a chamar o público para o interior.
Se na última exposição em que nos apresentava o lugar do terapeuta numa série de trabalhos intitulados "Terapias RGB", onde provocou os limites da percepção sensorial através da cor, em "A Alegria de um Caos Constante" a cor não está no domínio da perceção, mas antes no diálogo entre aquele que observa e aquele que é observado.
O artista que vive em Lisboa e faz parte da geração de artistas de rua que surgiram nos anos 1990, revela uma série de retratos vandalizados pelo caos de cada um dos representados. Um caos que vive entre a sua própria ordem e o gesto plástico do artista que enquadra no movimento da cor, uma vandalização do objeto que se sobrepõe à presença da pessoa representada.
Nestas pinturas, OzeArv exprime o sentimento do desaparecimento dos valores antigos para a transição de uma modernidade onde a vandalização do todo ajuda à compreensão do indivíduo. "A Alegria de um Caos Constante" é uma série de retratos de humanos que são estranhos para si mesmos, mas que têm a particularidade de viverem num caos permanente, seja na cor ou no género com que se apresentam à vida das pinturas, seja na forma como tentam reconstruir o caos de uma moral analógica para um presente digital.
A obra gráfica de OzeArv tem sido expressivamente demarcada por um diálogo constante entre o objecto e o observador e é precisamente esta a qualidade que volta agora a revelar nesta nova exposição em que exalta o conflito entre o vandalismo pictórico e gestual e a ordem da luz e da forma.
A não perder, até 28 de março
Entrada Livre