Ira Hybris, militante transfeminista e comunista queer do Estado Espanhol, vem à Livraria das Insurgentes apresentar o seu último livro Abolição do género para a sua expansão. Vem connosco participar nesta conversa onde coletivamente poderemos pensar a abolição do género a partir do transfeminismo revolucionário.
Quinta-feira, 18/12 na Livraria das Insurgentes.
Devedora do espírito utópico e totalizante das minorias sexuais e de género revolucionárias da década de 70, proficuamente atenta à produção transfeminista contemporânea, Ira Hybris vem clarificar, com uma contudez sagaz e uma rica profundidade práxis e teorica, quem de nós se encontra em melhores condições para visionar o horizonte político da abolição de género. As párias, as dissidentes, as trans, as travestis, as fufas, as bichas, as degeneradas para fora da tríade deus-pátria-família, aquelas a quem a maquinaria cis-hetero-sexual de produção de coerência sexo-género-desejo (felizmente) falhou, é esta multidão rebelde e organizada que poderá antecipar um futuro em que a ordem de género não será mais o elemento constrangedor das multiplicidades corpóreas, e castrador dos desejos dissidentes.
As desobediências sexuais, as transições de género/sexo e o resgate das tecnologias biossociais de género para o uso autonómo e autorrealizador das corporalidades trans são somente os elementos que constituem a superação da ordem normal do mundo heterocapitalista. Esta é uma chamada para a greve, a greve de género, das condições materiais da reprodução social do trabalho e da família, uma deserção das normas cis-heterossexuais que não promete um futuro austeramente andrógino, mas a alvorada de uma euforia (/=/disforia) que sorri para o múltiplo, o disperso, o inassimilável. Junta-te a nós e degenera, pois querem-te normal!

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