Durante a ditadura as Mulheres fizeram todas as lutas. Trabalhadoras nas greves, intelectuais a desafiar a censura, estudantes nas crises académicas. Enfrentaram as cargas policiais, os despedimentos, a prisão e a tortura. Na construção da democracia foram Revolução. Nas lutas pela paz, pão, habitação, saúde, educação. E, sempre, as lutas pelo direito a dispor do próprio corpo. Fez-se um caminho extraordinário nestes 50 anos, mas também se perderam batalhas. Os direitos das mulheres estão longe de estar garantidos e estão sempre sob ameaça.
O Abril é Agora junta em conferência a experiência das lutas revolucionárias, a reflexão sobre o que ficou por fazer e as exigências de futuro. Um dia com três painéis. A Revolução feita pelas Mulheres, com testemunhos de quem participou nas lutas pela habitação e pelo trabalho no período revolucionário. As lutas no espaço doméstico e a crise dos cuidados. O corpo e os direitos sexuais e reprodutivos, lembrando o caminho feito na saúde e na sociedade e colocando na agenda as mudanças necessárias para o cumprimento do direito à interrupção voluntária da gravidez. Em 2024 celebramos 50 anos de Abril e, neste fevereiro, os 17 anos do referendo que finalmente consagrou o direito ao aborto.
Esta conferência conta com o empenho de ativistas de diversos coletivos feministas que têm estado na organização das marchas do 8 de Março e convida à participação livre de feministas de todas as lutas e gerações.