Ciclo de cinema: as identidades #3
Ciclo de cinema: as identidades #3
há 1 ano
Sirigaita
Rua dos Anjos, 12F Lisboa
common.add_to_calendar
event.download_flyer

𝗖𝗶𝗰𝗹𝗼 𝗱𝗲 𝗰𝗶𝗻𝗲𝗺𝗮: 𝗮𝘀 𝗶𝗱𝗲𝗻𝘁𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲𝘀
#𝟯: 𝗻𝗼́𝘀 𝗲 𝗮 𝗲𝘁𝗻𝗶𝗮: 𝗮 𝗶𝗱𝗲𝗻𝘁𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗲́𝘁𝗻𝗶𝗰𝗮

Sᴏʟᴇɪʟ Ô, de Med Hondo
(França/ Mauritânia, 1967)

Tendo um título referindo-se a uma antiga canção que africanos escravizados cantavam em navios negreiros para as Índias Ocidentais, Soleil Ô é considerado por muitos críticos o filme mais representativo sobre a expatriação de africanos da história do cinema.

No filme, que é uma mistura muito bem conduzida entre sátira, humor, melodrama e reflexão, vivenciamos a história do protagonista que sai da Mauritânia para a França em busca de emprego. O percurso aparentemente banal nos fornece indícios de uma sociedade pré-Maio de 1968 em que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade parecem formar uma República ainda carente do seu real significado universal.

𝗦𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗼 𝗰𝗶𝗰𝗹𝗼 𝗱𝗲 𝗰𝗶𝗻𝗲𝗺𝗮: 𝗮𝘀 𝗶𝗱𝗲𝗻𝘁𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲𝘀
Filmes debatidos e comentados

Nós somos atravessados por elas: invisíveis e mensuráveis, divisivas e políticas, permanentes e flexíveis, 𝗮𝘀 𝗶𝗱𝗲𝗻𝘁𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲𝘀 compõem uma questão imprescindível no mundo globalizado em que tudo já se desmanchou no ar.

Não por acaso o termo está tão em voga hoje. A hipertrofia do idêntico se contrapõe à virulência da generalização, num conflito de dimensões políticas e simbólicas que parece estar longe de acabar.

Se muitos destes emblemas parecem formatar boa parte das lutas e embates no século XXI, então uma compreensão desse sintoma é fundamental para percebermos as mudanças nas placas tectônicas sociais, queiramos ou não.

A identidade reificada pressupõe em si a união e desunião. Um Deus vivo e bifronte, que vagueia ora vítima, ora punitivo. Nietzsche estava errado, e cabe a nós perceber o porquê através de outros nós.

// a entrada na Sirigaita é sempre reservada a pessoas associadas